terça-feira, 21 de abril de 2009

O vosso Refuga no jornal Torrejano

quarta-feira, 4 de março de 2009

As crianças refugiadas em Portugal

Não podemos pensar que o problema das crianças refugiadas está longe de nós e não nos diz respeito. Também Portugal tem um Centro de Acolhimento para estas crianças na Bobadela, perto de Lisboa.
Eis um excerto de uma notícia de 17 de Fevereiro saída no Diário de Notícias.

Crianças-soldados de África procuram refúgio em Portugal

PEDRO VILELA MARQUES

Refugiados. Já este ano, chegou ao nosso país um jovem da Guiné-Conacri Jovens saem dos seus países para fugir à guerra, ao casamento e à religião Massumu Hypo Matusidale (nome fictício) tinha apenas 14 anos quando foi recrutado como soldado na guerra do Senegal, de onde conseguiu fugir para Portugal. Hoje, dois anos depois, está no centro de acolhimento para refugiados na Bobadela, em Lisboa. Mussumu é um dos nove menores que pediram asilo em Portugal no ano passado, segundo dados divulgados ontem pelo Conselho Português de Refugiados (CPR) e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Ao todo, 161 pessoas pediram asilo no nosso país no ano passado.Os nove pedidos de asilo por menores desacompanhados representam 5,5% do total de 161 pedidos (maioritariamente Sri Lanka, Colômbia, e República Democrática do Congo) apresentados em 2008. Deste total, 51 pedidos foram apresentados por mulheres, 21 delas encontravam-se sozinhas e as restantes seis com filhos a cargo. Mas já este ano, apurou o DN, chegou a Portugal mais um jovem, da Guiné-Conacri, que fugiu da guerra e que está a dividir quarto com Massumu e outro rapaz africano. As autoridades estão a estudar o caso para determinar se o jovem é menor. Juntamente com eles encontra-se uma rapariga, proveniente da Guiné-Conacri, fugida de um casamento combinado. Os outros jovens que pediram asilo tiveram de sair do centro de acolhimento, por terem feito 18 anos, embora continuem a ser acompanhados por outras organizações. Os contactos com o centro são agora motivados pelas saudades e, também, pela boa vontade, para colaborarem no acolhimento de novos jovens. Os chamados meninos-soldados chegam a Portugal para evitarem ser recrutados, mas nem sempre isso acontece. É o caso de um dos nove menores que não conseguiram fugir antes de serem apanhados, o que os manteve nos combates durante alguns meses. Normalmente, as crianças raptadas pelos soldados têm à volta de 12 anos e "físico para segurar uma arma", conta Mónica Frechaut da CPR. "Os mais novos não são recrutados, ficam de sentinela e avisam os mais velhos."
Para leres a notícia na íntegra CLICA AQUI.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Queridos "Refugas"...

Penso que está na altura de vos dirigir algumas palavras de apreço. Apesar de alguns constrangimentos que surgem sempre quando abraçamos projectos desta natureza e das dificuldades que este desafio impõe a todos nós, tenho de vos dizer publicamente o quão orgulhosa estou de todos vós. Pela vossa entrega, pela vossa generosidade, tempo, dedicação, espírito de trabalho e de equipa que tenho vindo a observar ao longo dos nossos encontros semanais.
O nosso Puzzle está finalmente a ganhar forma, vida e cor graças ao vosso empenho e a toda a dedicação do Pedro Wilson que, com sua voz grave e calma, a sua boa disposição encontra simples soluções para tudo. Vemos finalmente as relações, as ligaçoes e a amizade que começam a nascer entre as personagens, e o mundo cinzento do Kodjo começa a ser mais colorido com os risos da Ara e as conversas com os outros amigos.
Estou orgulhosa, porque alguns, apesar de mais novos, têm uma grande maturidade e capacidade para entender a mensagem que esta peça transmite e ela é de tal maneira forte que começa a fazer parte de vós e a questão da linguagem obscena de algumas personagens é completamente relegada para segundo plano, pois não é ela que é importante, não é ela que passa nem subsiste.


O que passará para vós é que sereis, com este trabalho, a voz de milhares de crianças por esse mundo fora, um grito, uma canção de paz e amizade, um sorriso colorido num mundo a preto e branco. E isso, meus amores, é motivo de muito orgulho, algo que irá permanecer dentro de vós e vos tornará adultos mais fortes e capazes, atentos e justos.

Bem hajam a todos, pais, alunos e colaboradores do Teatro Virginia.



Professora Elsa Giraldo



terça-feira, 3 de fevereiro de 2009


Representar, descobrir, sonhar, existir ...


Para conhecer melhor o elenco


VISITA A OFICINA DE TEATRO

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

MENSAGEM DO EX SECRETÁRIO-GERAL DA ONU KOFI ANNAN, POR OCASIÃO DO DIA MUNDIAL DOS REFUGIADOS
20 de Junho de 2006

Fonte: Centro Regional de Informação da ONU em Bruxelas - RUNIC

Para milhares de pessoas que todos os anos se vêem forçadas a fugir de suas casas, e partir, levando apenas alguns dos seus bens, para salvar a vida, é apenas o início de um longo combate. Depois de terem escapado da perseguição ou da guerra e de terem encontrado um local seguro, os refugiados têm ainda de superar enormes dificuldades para obter aquilo que a maior parte de nós considera como adquirido – uma escola, um emprego, habitação e cuidados de saúde.
As dificuldades assumem várias formas e é preciso fazer escolhas difíceis. Os organismos de ajuda, que dispõem de recursos limitados, são com freqüência obrigados a estabelecer prioridades dolorosas. O que é mais importante para as milhares de crianças de um campo de refugiados: uma escola ou uma clínica? Para além dos esforços para construir uma nova vida, numerosos refugiados carregam os estigmas físicos e psicológicos das violências sofridas ao longo dos anos, mesmo quando se encontram num ambiente completamente novo. As famílias que enfrentam o risco de perseguição no seu próprio país podem viver sob a ameaça constante de serem obrigadas a regressar. E mesmo quando lhe é concedido asilo, um refugiado pode ser considerado uma ameaça, e não uma vítima, e ser alvo de intolerância e hostilidade.
Hoje, o número total de refugiados no mundo situa-se no nível mais baixo desde 1990. Nos últimos anos, o Alto Comissarido das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) ajudou milhões de pessoas a regressarem às suas casas ou a começarem uma nova vida no país de asilo. Os organismos da ONU trabalham em conjunto para garantir que milhões de deslocados, no interior do próprio país, freqüentemente em condições idênticas às dos refugiados, recebam a assistência de que necessitam. Do mesmo modo, milhares de pessoas provenientes tanto da Federação Russa como da Libéria receberam ajuda para regressar, voluntariamente, aos seus países.
Na altura em que celebramos o Dia Mundial para os Refugiados, mais de metade dos refugiados dos quais o ACNUR se ocupa, em nível mundial, passaram mais de cinco anos no exílio. Este dia lembra-nos que temos a responsabilidade de manter viva a esperança de todos aqueles que mais dela necessitam, ou seja, os milhões de refugiados e deslocados que ainda vivem no exílio.


A maior parte de nós nunca tem de enfrentar, na sua vida quotidiana, o terror, o medo, o conflito e a perseguição que obrigaram milhões de refugiados em todo o mundo a fugirem. Esquecemos facilmente que, na sua maioria, os refugiados são pessoas como nós, que têm uma casa, uma família, um emprego e sonhos, e que são forçadas a tudo abandonar, na sua busca desesperada de segurança num meio desconhecido. Perante um futuro incerto, estas pessoas comuns têm de se armar de uma coragem extraordinária para sobreviver e para refazer a sua vida destruída.
Neste Dia Mundial dos Refugiados, rendemos homenagem ao espírito e à coragem dos milhões de refugiados no mundo. Muitos deles suportam enormes sofrimentos, sem perder a esperança, e encontram forças para superar o desespero e começar uma nova vida, apesar de tudo parecer estar contra eles. Podemos ser testemunhas da sua coragem, todos os dias, nos vastos campos de refugiados da Ásia e da África, onde famílias inteiras assistem a aulas para aprender novos ofícios, enquanto aguardam ansiosamente o dia em que poderão finalmente voltar para as suas casas e começar a refazer a sua vida e a reconstruir o seu país. Vemo-la no Afeganistão, em Angola, na Serra Leoa e em dezenas de outros países, onde milhões de refugiados regressam à sua pátria devastada pela guerra, com esperança no futuro. E vemo-la nas cidades, quer grandes quer pequenas, do mundo inteiro, onde os refugiados que não puderam voltar para os seus próprios países, insuflaram às comunidades que os acolheram uma nova vida e lhes trouxeram prosperidade e diversidade cultural.
Durante as últimas cinco décadas, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) teve o dever e o privilégio de ajudar mais de 50 milhões de pessoas desenraizadas a refazerem a sua vida destruída. Hoje, em 115 países, entre os quais figuram alguns dos lugares mais difíceis e perigosos do mundo, o pessoal do ACNUR ajuda cerca de 17 milhões de refugiados e outras pessoas pessoas necessitadas. Na sua nobre tarefa, também dá mostras de coragem, uma coragem indubitavelmente inspirada pelas pessoas a quem prestam auxílio. Como disse um responsável do ACNUR no terreno, no meio de uma crise, se os refugiados, que perderam tudo, não perdem a esperança, como podemos perdê-la nós?
Cada refugiado tem a sua história e cada perda é uma perda pessoal. Mas, neste Dia Mundial dos Refugiados, a coragem e perseverança de que dão provas, para superar a adversidade e construir um futuro melhor, devem ser uma fonte de inspiração para todos nós.

20 de Junho de 2003 Fonte: Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal


A vida de um refugiado, independentemente da idade que possa ter, nunca é fácil. Mas, por muitas razões, o exílio é particularmente duro para os jovens. Para além das tensões emocionais próprias da adolescência e do final desta fase, os jovens refugiados têm, frequentemente, de enfrentar os tormentos da guerra, a violência, o luto pela perda de familiares e amigos, a violência sexual e a conscrição forçada.
O terceiro Dia Mundial dos Refugiados é dedicado aos milhões de jovens cujo futuro foi prejudicado pela guerra, o ódio e o exílio. Numa idade em que deveriam sonhar com as possibilidades ilimitadas que a vida oferece e desenvolver as suas competências, preparando-se para a vida adulta, estão tolhidos pela dura realidade da pobreza e da sua situação de deslocados e condenados ao que, muitas vezes, parece ser uma vida sem esperança.
Muitos jovens refugiados são também privados do amparo da família, o que os torna especialmente vulneráveis a várias formas de violência. Em algumas partes do mundo, rapazes de 15 anos são recrutados à força para combater em conflitos alheios, frequentemente por razões que não podem de modo algum compreender. Figuram entre os mais de 300 000 jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 17 anos que lutam em algumas das guerras mais violentas do mundo. Ainda que escapem à morte e saiam fisicamente ilesos, ficarão traumatizados para o resto da vida, devido à brutalidade da experiência por que passaram. E, se os rapazes acabam por se tornar carne para canhão, as jovens refugiadas são, muitas vezes, os principais alvos de violência, especialmente nas zonas onde a posição social das mulheres e moças é débil.
Todos nós queremos um futuro melhor para os nossos filhos e nos esforçamos por lhes proporcionar meios que lhes permitam construir uma vida feliz e marcada pelo êxito. Infelizmente, os jovens refugiados não têm essas oportunidades. Mas quem visitar uma escola de qualquer campo de refugiados aperceber-se-á da sua notável determinação em aprender e brilhar. Confrontados com enormes adversidades e um futuro incerto, os jovens refugiados sabem que a educação é a saída mais segura para a sua situação.
Os jovens refugiados precisam de ajuda. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e outros organismos da ONU já fazem muito, por meio de programas educativos e de outros programas juvenis, para tornar as suas vidas mais realizadas, mais seguras e mais válidas. Mas, embora a ação humanitária possa ajudar a atenuar a dureza da sua existência, não pode ser um substituto de esforços sérios e continuados para encontrar soluções para os problemas que estão na origem da deslocação de populações. No Dia Mundial dos Refugiados, reafirmemos o nosso empenho em impedir que as gerações futuras cresçam sem esperança.

Gentileza do Centro de Informação da ONU em Portugal

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sobre a nossa peça - REFUGA de Abi Morgan

Refuga, de Abi Morgan é, neste momento, o nosso grande desafio.Embarcámos neste projecto promovido pela Culturgest, com o apoio do Teatro Virgínia e estamos a aprender imenso com esta experiência. Contamos com a preciosa ajuda do encenador Pedro Wilson para dar forma, vida, cor e movimento a este texto.
Os ensaios têm decorrido num ambiente agradável e de grande entrega por parte de todos.
A HISTÓRIA

Refuga conta a história de Kojo, um refugiado da Costa do Marfim, que chega a Londres e é recebido num centro de acolhimento para crianças. É aqui que conhece outras crianças como ele: Ara vem do Afeganistão e ainda ouve as bombas a cair à noite. Cheung vem de uma aldeia chinesa com mais de 1000 anos de existência. Órfãos, em Londres, eles são a única família que têm agora. Juntos, contam sua história. Uma história da infância perdida, grandes árvores e um assassinato em andamento; um assassinato cometido por uma criança que todos dizem ser um homem.
A sua história é a história de milhares de jovens que procuram fugir à guerra, à perseguição, ao abandono e à fome...

Nota da autora

" Refuga é uma peça sobre sonhos perdidos, países perdidos e uma geração de crianças perdidas caminhando pelos passeios de Londres. Esta peça é para elas. Não consigo pensar num elenco de actores mais apropriado do que o dos grupos juvenis das escolas. Foi um privilégio escrever para eles e para os dois mil ou mais menores desacompanhados que todos os anos chegam a este país à procura de asilo."

A AUTORA
Abi Morgan
Abi Morgan nasceu em 1968 no Reino Unido. Escreve para teatro, cinema e televisão.
As suas peças mais famosas são: Skinned, Sleeping Around, Tiny Dynamite, Tender e Splendour.
Para televisão, My Fragile Heart, Murder, Tsunami-The Aftermath e Sex Traffic. Fez os roteiros de Brick Lane, uma adaptação do bestseller de Monica Ali e de White Girl, um filme para a BBC2.